Em setembro de 2015, em meio aos escandalosos aumentos nos preços das passagens de ônibus e metrô, do restaurante comunitário, dos ingressos para o zoológico, do IPTU, do ICMS e da suspenção do reajuste do funcionalismo, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou que também reduziria em 20% os salários do alto escalão do governo como mais uma medida de austeridade.
Todas as medidas acima foram efetivadas instantaneamente, exceto uma: Redução de salário do alto escalão do GDF.
A proposta foi encaminhada à Câmara Legislativa e passou por todas as comissões e deveria ter sido votada em dois dias, como prevê o Regimento Interno. Mas, até agora, um ano e cinco meses depois, nada aconteceu.
A proposta foi encaminhada à Câmara Legislativa e passou por todas as comissões e deveria ter sido votada em dois dias, como prevê o Regimento Interno. Mas, até agora, um ano e cinco meses depois, nada aconteceu.
Enquanto a presidente afastada da Câmara Celina Leão (PPS) afirmou que: “Sempre que íamos colocar em pauta, alguém do governo dizia que não era urgente e que aquele havia sido um ato simbólico. O pedido de colocar em pauta tem que ser do governo, não podemos interferir. Se fosse realmente urgente, o Executivo faria como faz quando quer aprovar os projetos de seu interesse: colocaria todos os deputados da base em plenário”.
O então presidente interino da Câmara Legislativa, deputado Juarezão (PSB), correligionário do governador Rodrigo Rollemberg, disse que não tem conhecimento sobre a tramitação do projeto de redução de salários do primeiro escalão, mas acredita que ele possa ser colocado em votação ainda este ano (2016). “Eu acho que existe essa possibilidade, mas tenho que reunir a Mesa Diretora para que nós possamos decidir juntos se entra na pauta ou não”.
Hipocrisias à Parte
Independente do discurso de ambas as partes, é evidente que o argumento de que reduziria o salário do alto escalão do governo só foi utilizado para aliviar o péssima repercussão de aumentar os custos para população mais carente do DF e bloquear os reajustes para os servidores públicos. Nunca houve nenhuma intenção em se reduzir esses salários (o governador e afins poderiam estar doando esse valor para alguma instituição de caridade, por exemplo, sem a necessidade de qualquer burocracia). Essa medida ficará engavetada até o final do governo e mostra como é suja e desonesta da política no DF.
O salário do governador é de R$ 23.449,55. O vice-governador recebe R$ 20.743,83 por mês, os secretários, R$ 18.038,12, e os administradores, R$ 14.430,49.
A economia para os cofres do GDF, caso a proposta fosse aprovada pela Câmara Legislativa, seria de R$ 1,6 milhão por ano.
Da Redação
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