29 de jan. de 2017

SECULT - Consultor de Carnaval Contratado pelo GDF Ganha Quase o Equivalente a Todas as Bandas Juntas

Em meio à crise financeira no GDF, ao fato dos principais espaços culturais do DF estarem em ruínas e ao constante aumento do número comissionados sem vínculo que já representam 75% da Secult, o paulista Guilherme Rosa Varella foi contratado para realizar uma consultoria que custará nada menos que R$ 80,4 mil para elaborar e implementar políticas públicas de Carnaval de rua. Por outro lado, a Secult irá gastar R$ 96 mil para pagar todas as 12 bandas locais que comandarão a folia. Cada uma receberá o valor quase simbólico de R$ 8 mil pelo trabalho.

Para Jorge Cimas, presidente da Liga dos Blocos, em entrevista ao Correio Braziliense, “é lamentável que tragam uma pessoa de São Paulo, com total desconhecimento da cidade, para definir coisas que a gente faz há mais de 20 anos no carnaval brasiliense, enquanto a gente é esquecido nessas horas”.

A escolha de Varella foi feita "a dedo" uma vez que para contratação de artistas a licitação é inexigível. Então vale fazer a pergunta, quem é Guilherme Varella? 

Guilherme Rosa Varella ocupou o cargo de secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura na gestão do ex-ministro Juca Ferreira, durante o governo do PT, e foi exonerado pelo governo Temer em junho de 2016. Antes disso, em 2003, foi nomeado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no governo de Fernando Haddad (PT). Até pelo menos novembro de 2016 trabalhou para Câmara Municipal de São Paulo, onde ganhava mais de R$ 16 mil. Valor maior do que que o próprio Vereador que ele assessorava que ganhava cerca de R$ 15 mil.  






Sem transparência

Em entrevista ao Correio Brasiliense, o especialista em administração pública da UnB José Matias Pereira, disse que dispensar uma licitação, para qualquer motivo que seja, deveria ser uma exceção e não uma regra. A justificativa apresentada pelo GDF de que o consultor tem experiência e que por isso um edital seria dispensável é absurda.

“Essa falta de detalhamento gera um desconforto muito grande. Não existiria ninguém em Brasília com uma qualificação igual ou superior?”

Opinião Bastidores

 Aparentemente, as práticas do MinC, por meio da famosa e bondosa Lei Rouanet (bondosa com os 'amigos'), migraram silenciosamente para a Secult. Aguarde a série de reportagens sobre essa assustadora Caixa de Pandora que o blog Bastidores de Brasília abriu.