Ontem, dia 31 de janeiro, o site da Secretaria de Cultura do DF publicou uma notícia prestando contas e informando detalhes sobre o carnaval de 2017 em Brasília. A notícia relata uma entrevista coletiva feita com o Secretário de Cultura, Guilherme Reis e o Sub secretário de Turismo, Jaime Recena. Contudo, omite, estranhamente, o fato que foi manchete nos principais meios de comunicação de Brasília: a contratação de um "consultor" de carnaval de São Paulo por mais de R$ 80 mil, valor correspondente quase ao que será pago aos 12 grupos que tocaram nas ruas, juntos.
A matéria explica detalhadamente o número de escolas de samba, de blocos de rua, blocos tradicionais, festas à fantasia, shows, encontros e concentração de desfiles (um total de 190 eventos cadastrados — 105 no Plano Piloto e 85 em outras 21 regiões administrativas). Fornece ainda dados sobre os carnavais desde 2014, como número de foliões, investimento até o nome de cada bloco.
A estimativa para 2017 ano é de 1,9 milhão de pessoas nos 190 eventos e 1,6 milhão nos quatro dias de carnaval, de sábado a terça-feira.
A estimativa para 2017 ano é de 1,9 milhão de pessoas nos 190 eventos e 1,6 milhão nos quatro dias de carnaval, de sábado a terça-feira.
Fala dos 45 blocos que vão receber recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). E que o investimento direto da secretaria será de R$ 556 mil — R$ 300 mil para contratação das seis escolas de samba do Grupo Especial e R$ 160 mil para estrutura de proteção de patrimônio e recursos humanos. E que o montante inclui ainda R$ 96 mil do chamamento público para contratação de 12 grupos ou artistas que tocam nas ruas.
Análise Bastidores
O fato mais curioso dessa matéria (altamente detalhada), é que ela ignora o fato que foi manchete nos principais meios de comunicação de Brasília essa semana: A contratação por R$ 80 mil de um "consultor" de carnaval, de São Paulo.
Ficou claro como a Secult que sepultar esse assunto e está agindo como alguém que deve algo. O comportamento padrão das assessorias de imprensa em momentos de crise é esclarecer o assunto polêmico para a imprensa e não tentar ocultar, o que faz do assessorado parecer culpado.
Sendo assim, vamos lembrar o leitor porque incomoda a Secult tanto tocar nesse assunto:
A escolha de Varella foi feita "a dedo" uma vez que para contratação de artistas a licitação é inexigível. Então vale fazer a pergunta, quem é Guilherme Varella?
Guilherme Rosa Varella ocupou o cargo de secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura na gestão do ex-ministro Juca Ferreira, durante o governo do PT, e foi exonerado pelo governo Temer em junho de 2016. Antes disso, em 2003, foi nomeado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no governo de Fernando Haddad (PT). Até pelo menos novembro de 2016 trabalhou para Câmara Municipal de São Paulo, onde ganhava mais de R$ 16 mil. Valor maior do que que o próprio Vereador que ele assessorava que ganhava cerca de R$ 15 mil.
Opinião de Especialistas
Análise Bastidores
O fato mais curioso dessa matéria (altamente detalhada), é que ela ignora o fato que foi manchete nos principais meios de comunicação de Brasília essa semana: A contratação por R$ 80 mil de um "consultor" de carnaval, de São Paulo.
Ficou claro como a Secult que sepultar esse assunto e está agindo como alguém que deve algo. O comportamento padrão das assessorias de imprensa em momentos de crise é esclarecer o assunto polêmico para a imprensa e não tentar ocultar, o que faz do assessorado parecer culpado.
Sendo assim, vamos lembrar o leitor porque incomoda a Secult tanto tocar nesse assunto:
A escolha de Varella foi feita "a dedo" uma vez que para contratação de artistas a licitação é inexigível. Então vale fazer a pergunta, quem é Guilherme Varella?
Guilherme Rosa Varella ocupou o cargo de secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura na gestão do ex-ministro Juca Ferreira, durante o governo do PT, e foi exonerado pelo governo Temer em junho de 2016. Antes disso, em 2003, foi nomeado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no governo de Fernando Haddad (PT). Até pelo menos novembro de 2016 trabalhou para Câmara Municipal de São Paulo, onde ganhava mais de R$ 16 mil. Valor maior do que que o próprio Vereador que ele assessorava que ganhava cerca de R$ 15 mil.
Diversos dissidentes do MinC da era PT, exonerados pelo governo Temer, estão sendo contratados ou beneficiados pela Secult. Os maiores salários da Secult e as posições de chefia são dessas pessoas.
Para Jorge Cimas, presidente da Liga dos Blocos, em entrevista ao Correio Braziliense, “é lamentável que tragam uma pessoa de São Paulo, com total desconhecimento da cidade, para definir coisas que a gente faz há mais de 20 anos no carnaval brasiliense, enquanto a gente é esquecido nessas horas”.
Também, em entrevista ao Correio Brasiliense, o especialista em administração pública da UnB José Matias Pereira, disse que dispensar uma licitação, para qualquer motivo que seja, deveria ser uma exceção e não uma regra. A justificativa apresentada pelo GDF de que o consultor tem experiência e que por isso um edital seria dispensável é absurda. “Essa falta de detalhamento gera um desconforto muito grande. Não existiria ninguém em Brasília com uma qualificação igual ou superior?”
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